Há uma proposta de usina de dessalinização em Fortaleza que pode ter implicações graves para o tráfego da Internet no Brasil, comprometendo potencialmente até 99% dele. Os operadores da usina e o governo têm opiniões conflitantes sobre o assunto.
A instalação de dessalinização de água do mar em Fortaleza pode comprometer os cabos submarinos de internet que ligam o Brasil a outros países ao redor do globo. Os prestadores de serviços de banda larga e centros de dados expressaram preocupação e emitiram cautela em relação a este desenvolvimento.
Segundo o jornalista Carlos Madeiro, a construção da usina acontecerá na Praia do Futuro, área que recebe 17 cabos. Este local é o segundo maior centro do mundo para sistemas ópticos subaquáticos, sendo Marselha, na França, o único local que o supera. Esses cabos submarinos são responsáveis por 99% do tráfego de internet do Brasil e também prestam serviços para outros países da América do Sul e da África.
Existe um desentendimento entre o governo e as operadoras de Fortaleza.
As obras provocaram medo entre operadoras de banda larga e data centers, que estão preocupados com a possibilidade de um apagão da internet. Apesar dessas preocupações, o governo do Ceará deixou claro que não tem intenção de alterar o local da construção, garantindo que não há possibilidade de tal apagão ocorrer.Apesar de quaisquer obstáculos potenciais, o governo está empenhado em garantir que o acesso à Internet no Brasil permaneça seguro e ininterrupto através dos seus esforços.
Em entrevista ao jornalista Carlos Madeiro, Luiz Henrique Barbosa, presidente da TelComp e representante dos provedores de telefonia, banda larga e acesso à internet, questionou a postura do governo cearense. Ele destacou a possibilidade de interrupção total da internet, visto que a usina está prevista para ser construída em uma área onde convergem todos os cabos submarinos. A indústria não se opõe necessariamente à construção da fábrica, mas sim ao local escolhido.