O QUE MEXE COM OS MERCADOS HOJE
Os mercados reagem às decisões de juros no Brasil e nos EUA, além dos sinais de avanço nas negociações entre EUA e China sobre tarifas de importação.
A China também anunciou novos estímulos monetários. Nesta quinta-feira (8), o foco se volta para o Banco da Inglaterra, que define sua taxa de juros.
O QUE VOCÊ VAI LER NESTA EDIÇÃO
- Balança comercial bate recorde
- Gráfico do dia: Evolução da Selic desde 2017
- Fomc decide manter os juros nos EUA
- Calculadora de Renda na Aposentadoria
- O que você precisa saber hoje para ficar bem informado
- Selic vai a 14,75%: como investir agora?
- Carteira de Renda Fixa para maio, veja recomendações
NÚMERO DO DIA
US$ 8,15 bilhões
Esse foi o saldo da balança comercial brasileira no mês de abril. O resultado é a diferença entre US$ 30,41 bilhões exportados e US$ 22,26 bilhões importados.
GRÁFICO DO DIA
Evolução da taxa Selic – Desde 2017

Imagem: EQI Investimentos
COMO O MERCADO FECHOU ONTEM
🟢 | Ibovespa | +0,09% | 133.397 pts |
🟢 | Dólar | +0,62% | R$ 5,746 |
🔴 | Ifix | -0,08% | 3.388,20 pts |
BAIXAS E ALTAS
🔴 | Raia Drogasil (RADL3) | -14,76% | R$ 16,58 |
🔴 | Vamo (VAMO3) | -7,05% | R$ 4,48 |
🔴 | Grupo Ultra (UGPA3) | -4,00% | R$ 16,82 |
🟢 | Eneva (ENEV3) | +4,15% | R$ 13,80 |
🟢 | Klabin (KLBN11) | +2,68% | R$ 19,18 |
🟢 | Minerva (BEEF3) | +2,57% | R$ 5,59 |
Fomc decide manter os juros dos EUA entre 4,25% e 4,5%
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) decidiu, pela terceira vez consecutiva, manter a taxa de juros do país na taxa entre 4,25% e 4,5%.
Em comunicado oficial, destacou que qualquer decisão sobre a extensão e o momento de futuras alterações será baseada na análise detalhada dos dados econômicos, das perspectivas de crescimento e do balanço de riscos.
Além disso, o Federal Reserve (Fed) confirmou a continuidade na redução de seus investimentos em títulos do Tesouro, papéis de dívida emitidos por agências governamentais e ativos lastreados em hipotecas dessas agências. O Comitê reiterou seu forte compromisso em promover o máximo emprego e em trazer a inflação de volta à meta de 2% ao ano.
Powell fala sobre tarifas
O presidente do Fed, Jerome Powell, alertou que os aumentos significativos nas tarifas comerciais, caso sejam mantidos, podem provocar impactos negativos na economia dos Estados Unidos, como elevação da inflação, desaceleração do crescimento e aumento do desemprego.
“Se os grandes aumentos de tarifas anunciados se mantiverem, provavelmente gerarão um aumento da inflação, uma desaceleração do crescimento econômico e um aumento do desemprego. Os efeitos sobre a inflação podem ser de curta duração, refletindo uma mudança pontual no nível de preços. Também é possível que os efeitos inflacionários sejam mais persistentes”, afirmou Powell.
Durante coletiva após a reunião do Fomc, Powell disse que ainda é cedo para avaliar qual das duas metas principais do Fed — o controle da inflação ou o estímulo ao pleno emprego — deverá ser priorizada diante do cenário atual. “É muito cedo para saber isso”, resumiu.O QUE VOCÊ PRECISA SABER HOJE
China reduz juros: O Banco Popular da China (PBOC) e autoridades reguladoras anunciaram na quarta-feira (7) um pacote abrangente de estímulos econômicos, incluindo cortes nas taxas de juros, em um esforço para impulsionar o crescimento em meio a crescentes tensões comerciais. A medida ocorre em paralelo à confirmação de que Pequim e EUA voltarão à mesa de negociações.
Produção industrial recorde: A produção industrial no Brasil avançou 1,2% em março de 2025, após registrar estabilidade (0%) em fevereiro e leve alta de 0,1% em janeiro. Este foi o maior crescimento mensal desde junho de 2024, quando a produção subiu 4,3%.
Disney no Oriente Médio: A Disney (DIS; DISB34) anunciou a construção de seu sétimo resort e parque temático em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. O megaprojeto será erguido na ilha de Yas, um consolidado polo de entretenimento da região e já recebe eventos globais como o GP de Abu Dhabi de Fórmula 1, que fecha o calendário da principal categoria de automobilismo do mundo.
Balanço da Klabin: O balanço da Klabin (KLBN11) referente ao primeiro trimestre de 2025 (1TRI25) mostra um desempenho positivo nas principais linhas operacionais, mas com leve retração no lucro líquido. A companhia lucrou R$ 446 milhões no período, uma queda de 3% em relação ao 1TRI24.
Selic vai a 14,75%: como investir agora?
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou, nesta quarta-feira (7), a taxa básica de juros (Selic) de 14,25% para 14,75% ao ano. A decisão, amplamente aguardada pelo mercado, marca uma desaceleração no ritmo dos aumentos — que até então vinha sendo de um ponto percentual por reunião.
Agora, os investidores se perguntam: esse foi o último aperto monetário do ciclo? E, mais importante, como investir diante desse novo patamar de juros?
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, ainda há espaço para uma nova alta de 0,50 ponto percentual, o que poderia levar a Selic a 15,25% até o fim de 2025. Já o Boletim Focus indica estabilidade: a taxa deve permanecer em 14,75% até dezembro. A ata da reunião, a ser divulgada na próxima terça-feira (13), trará mais pistas sobre os próximos passos do Banco Central.
Enquanto isso, analistas e estrategistas traçam o novo mapa de investimentos no Brasil.
Selic a 14,75%: renda fixa em destaque
Segundo Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos, o momento é amplamente favorável para aplicações em renda fixa.
“Com a Selic nesse patamar, a maior parte da carteira deve estar concentrada em pós-fixados. O CDI acompanha a Selic, então essas aplicações rendem mais”, afirma.
Além dos pós-fixados, Denys destaca duas outras classes com bom potencial: os títulos atrelados à inflação (IPCA+) e os prefixados.
“Os papéis IPCA+ estão oferecendo juros reais acima de 7% ao ano — o que é excelente historicamente. Já os prefixados fazem sentido para quem acredita que estamos próximos de uma inflexão na Selic. Você trava uma taxa alta agora e se beneficia se os juros caírem lá na frente”, explica.
Fundos imobiliários reagem ao fim do ciclo
A elevação dos juros costuma penalizar a renda variável, mas há exceções. Carolina Borges, head e analista de fundos imobiliários da EQI Research, observa que o mercado já precificava esse aumento e que os fundos imobiliários (FIIs) reagem de forma positiva ao cenário de maior previsibilidade.