Olá, Investidor Inteligente!
Recentemente, a bolsa de valores atingiu seu topo histórico nominal de 137.343,96 pontos. É justamente nesses momentos que o interesse pelo mercado de ações cresce, trazendo à tona uma pergunta recorrente: existe um momento ideal para comprar ações?
O mercado de ações envolve riscos consideráveis e, sem uma abordagem correta, as chances de prejuízo aumentam. Mas qual seria a melhor forma de investir?
A resposta não é única, pois cada investidor tem seu próprio perfil, experiências e objetivos. Contudo, se você já tentou investir e teve resultados negativos ou está incerto sobre entrar no mercado, quero compartilhar a estratégia que eu, Denys, utilizo ao investir.
A complexidade da tomada de decisão
Investir em ações exige compreender o ambiente desafiador em que as decisões de compra e venda são tomadas. Muitas vezes, o mercado envia sinais contraditórios. Para ilustrar isso, basta observar capas de revistas e manchetes ao longo dos anos:
- 2008: Com a bolsa em 74 mil pontos, uma revista incentivava a compra de ações. Poucos meses depois, veio a crise do subprime e o Ibovespa despencou 60%.
- 2009: A “The Economist” destacou o Brasil como promissor, levando muitos a investirem. Resultado? Seis anos de queda.
- 2015: A capa da Exame alertava sobre uma longa crise, induzindo muitos a venderem suas ações. Poucos meses depois, a bolsa subiu 230%.
- 2019: Uma capa festiva destacava o otimismo com o mercado. Meses depois, a pandemia fez a bolsa cair 50%.
- 2020: Em meio ao caos da Covid-19, manchetes apocalípticas sugeriam a saída do mercado. Em três meses, a bolsa subiu 120%.
Esse padrão se repete porque tanto investidores quanto especialistas são influenciados pelo efeito manada e pelo viés de confirmação, esperando evidências positivas antes de investir. O problema é que, nesse ponto, as ações já estão caras.
Estratégia para investir de forma inteligente
Existem dois tipos de investidores:
- O previsor: Tenta antecipar movimentos do mercado e age conforme suas expectativas futuras.
- O estratégico: Espera as movimentações acontecerem e toma decisões baseadas no que já foi observado.
Prefiro a segunda abordagem.
A metodologia
O investidor Warren Buffett ensina: “Tenha medo quando os outros estão gananciosos e ganância quando os outros estão temerosos.” Ou seja, compre quando todos estão vendendo e venda quando todos estão comprando.
Para aplicar essa lógica, usamos um indicador simples: a média móvel de 200 períodos do Ibovespa. Com base nisso, dividimos o capital em duas carteiras:
- Carteira agressiva: Composta por ações, seguindo a tendência do Ibovespa.
- Carteira defensiva: Inclui ativos de menor risco, como CDI, para garantir liquidez e permitir compras estratégicas quando o mercado cai.
A estratégia consiste em:
- Aumentar a carteira agressiva quando o Ibovespa cai abaixo da média.
- Aumentar a carteira defensiva quando o Ibovespa sobe acima da média.
Isso reduz a exposição ao risco e otimiza retornos ao longo do tempo.
Teste da estratégia
Ao simular essa abordagem de 2002 a 2022, os resultados foram os seguintes:
- Ibovespa isolado: Retorno de 680,7%.
- CDI isolado: Retorno de 839,7%.
- Estratégia combinada: Retorno de 1.221%, com menor volatilidade que o Ibovespa.
A lógica por trás dessa abordagem é simples: comprar quando os preços estão baixos e vender quando estão altos. No entanto, é essencial aplicá-la em índices ou grandes grupos de ações, pois ações individuais podem não seguir essa tendência de recuperação.
Considerações finais
Essa estratégia não exige acompanhamento diário e se baseia em princípios sólidos. Entretanto, vale lembrar que retornos passados não garantem retornos futuros. Ainda assim, é uma forma eficaz de reduzir riscos e aumentar as chances de sucesso no longo prazo.
Espero que esse conteúdo tenha ajudado a esclarecer o processo de decisão no mercado de ações!