Nos bastidores da transformação financeira global, um conceito vem ganhando cada vez mais força e atenção: a tokenização de ativos. Mais do que uma simples inovação, a tokenização promete redefinir como negociamos, investimos e possuímos ativos — criando mercados, democratizando o acesso e rompendo barreiras antes intransponíveis.
Mas estamos mesmo próximos de uma revolução? Ou ainda há obstáculos estruturais que precisam ser superados? Vamos mergulhar nessa tendência que pode movimentar até US$ 16 trilhões até 2033, segundo estimativas da Boston Consulting Group.
Tokenização: um novo capítulo para os mercados
A tokenização é o processo de converter um ativo real – como imóveis, ações, commodities ou até obras de arte – em representações digitais registradas em uma blockchain. Esses “tokens” passam a representar a propriedade do ativo original, podendo ser transferidos, vendidos ou fracionados de forma rápida, segura e transparente.
Embora o conceito tenha raízes na criação do Bitcoin em 2009, foi com a expansão das redes blockchain mais modernas, como o Ethereum e seus contratos inteligentes, que a tokenização encontrou seu verdadeiro potencial.
Hoje, com mercados mais maduros e infraestrutura tecnológica mais robusta, a expectativa é que a tokenização saia dos projetos experimentais e ganhe espaço nos principais segmentos financeiros do mundo.
Por que isso é tão transformador?
Ao quebrar as barreiras de entrada para investimentos em ativos tradicionais, a tokenização oferece uma nova proposta de valor:
- Liquidez para ativos ilíquidos: Imóveis, créditos e obras de arte podem ser fracionados e negociados 24/7.
- Transparência e segurança: Blockchain garante registros imutáveis e auditáveis para cada transação.
- Redução de custos: Elimina intermediários e simplifica processos burocráticos.
- Acessibilidade global: Pequenos investidores podem acessar mercados antes restritos a grandes instituições.
Imagine, por exemplo, investir em uma fração de um edifício corporativo em Nova York ou participar de um fundo tokenizado de private equity — tudo com poucos cliques e valores mínimos acessíveis.
O momento da virada: quando a tokenização vai explodir?
De acordo com o relatório “Money, Tokens and Games” do Citi GPS, o mercado tokenizado pode atingir quase US$ 5 trilhões até 2030, com o maior impulso vindo da tokenização de títulos, imóveis e crédito privado.
E esse movimento não é teórico. Casos reais já estão em operação:
- Notas Comerciais Tokenizadas no Brasil, com participação de instituições como Oliveira Trust.
- Plataformas globais criando produtos estruturados 100% baseados em blockchain.
- Stablecoins que movimentaram US$ 27 trilhões em 2024, mostrando que ativos tokenizados já têm aceitação massiva.
Além disso, iniciativas públicas como CBDCs (Moedas Digitais de Bancos Centrais) devem acelerar ainda mais a adoção de infraestruturas tokenizadas nos próximos anos.
Os desafios que precisam ser superados
Apesar do enorme potencial, ainda existem obstáculos importantes no caminho da tokenização:
- Regulação fragmentada: A falta de padrões globais dificulta operações cross-border.
- Interoperabilidade limitada: Plataformas distintas precisam “conversar” melhor entre si para que o mercado ganhe escala.
- Custo de integração: Empresas precisam adaptar sistemas legados para uma nova arquitetura digital.
- Resistência institucional: Grandes players tradicionais ainda têm receio de perder relevância em mercados mais distribuídos.
Esses pontos explicam por que, embora a tecnologia esteja madura, a adoção em larga escala ainda esteja em construção.
Setores que devem ser mais impactados
A tokenização não será uniforme – alguns setores tendem a acelerar mais rapidamente:
- Imobiliário: Tokenização de imóveis comerciais e residenciais para investimentos fracionados.
- Mercado de capitais: Títulos privados e públicos sendo emitidos diretamente em blockchain.
- Arte e colecionáveis: Obras sendo vendidas em formato digital com autenticidade garantida.
- Supply chain e agronegócio: Rastreabilidade e liquidação de commodities em tempo real.
- Fundos de investimento: Criação de fundos tokenizados mais acessíveis e com liquidez mais alta.
Grandes instituições como BlackRock, JPMorgan e UBS já estão estruturando operações para capturar essas novas oportunidades.
O que isso significa para o investidor?
Para o investidor estratégico, a tokenização representa um duplo movimento:
- Acesso a novas classes de ativos, antes restritas a grandes fortunas.
- Potencial de valorização por estar exposto a uma tecnologia disruptiva nos estágios iniciais de adoção.
Assim como quem apostou na internet nos anos 1990 ou na computação em nuvem em 2010, os próximos anos podem ser decisivos para quem quiser capturar o valor gerado pela tokenização.
Conclusão: estamos apenas no começo
A tokenização é mais do que uma tendência: é um novo paradigma econômico em construção.
Embora desafios regulatórios e de infraestrutura ainda existam, o movimento é claro e irreversível. Empresas estão se adaptando, reguladores estão se posicionando, e investidores atentos já começam a mapear as oportunidades.
Se você quer estar na vanguarda da próxima revolução financeira, o momento de estudar, se posicionar e agir é agora.
Na EQI Investimentos, nosso time acompanha de perto essa transformação para oferecer as melhores oportunidades em criptoativos, tokenização e ativos digitais.