O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou, nesta quarta-feira (7), a taxa básica de juros (Selic) de 14,25% para 14,75% ao ano. A decisão, amplamente aguardada pelo mercado, marca uma desaceleração no ritmo dos aumentos — que até então vinha sendo de um ponto percentual por reunião. Agora, os investidores se perguntam: esse foi o último aperto monetário do ciclo? E, mais importante, como investir diante desse novo patamar de juros?
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, a ata da reunião, a ser divulgada na próxima terça-feira (13), trará mais pistas sobre os próximos passos do Banco Central. Ele enxerga a possibilidade de mais um aumento de 25 pontos-base, levando a Selic a 15% ainda este ano, ou manutenção dos juros por tempo prolongado.
Com os atuais 14,75%, a Selic atinge seu maior nível em quase 20 anos. O caminho até essa taxa foi composto por seis altas consecutivas, revertendo um ciclo anterior de sete cortes que reduziu a Selic de 13,75% para 10,50% até maio de 2024. Antes disso, a taxa permaneceu estável em 13,75% por cerca de um ano, após uma escalada de 12 aumentos consecutivos desde o piso histórico de 2% durante a pandemia de Covid-19.
Diante do novo cenário, analistas e estrategistas traçam o novo mapa de investimentos no Brasil.
O que o investidor deve fazer agora?
A combinação de juros elevados com expectativas de estabilidade ou queda futura cria um cenário híbrido. Especialistas recomendam uma carteira equilibrada:
- Renda fixa pós-fixada: segurança e retorno atrelado à Selic/CDI.
- Títulos IPCA+ e prefixados: bom momento para travar taxas altas.
- Fundos imobiliários: potencial de valorização com expectativa de fim de ciclo de alta dos juros.
- Ações e ativos de risco: escolher com critério, aproveitando ativos descontados.
- Diversificação internacional: usar o câmbio favorável para proteção no longo prazo.
Com a Selic em 14,75%, o investidor tem oportunidades — mas também precisa ter estratégia.